Pegue uma xícara, sirva-se e fique à vontade.

10 agosto 2009

Orgulho e Preconceito

Por Neide A. Silva


"É uma verdade universalmente aceita que um homem solteiro, dotado de uma certa fortuna, precisa de uma esposa". Pois bem, assim começa o romance Orgulho e Preconceito (1813) de Jane Austen (1775-1817), romancista inglesa que viveu na virada do século XVIII para o XIX. Austen foi a primeira mulher a se tornar uma romancista importante. Sua obra esboça um painel da sociedade rural da Inglaterra, concebida como um universo próprio e completo. A romancista inglesa narra suas estórias de dentro das casas, do interior da sala de estar das famílias transitando graciosamente por entre portas e até mesmo debruçando-se nas janelas de onde observa a todos. Foi sobre a história social das famílias de proprietários rurais ingleses daquele tempo que a romancista escreveu. Por tratar-se de um contexto social “estático”, o aspecto dos relacionamentos exclusivamente pessoais torna-se fundamentalmente importante. Jane Austen não escrevia por nenhuma causa nobre. Escrevia porque queria! Mas queria, mesmo, era divertir a todos os seus leitores. Não é outro, pois, o objetivo de seus livros. Essas obras não existem para melhorar a vida das pessoas, mas para satisfazê-las e dar-lhes alegria e prazer. Bem, no bojo dessa sociedade, às mulheres cabia o matrimônio e a maternidade. E era justamente no interior dos salões de baile que todo o contato público entre “moçoilas casadoras” e rapazes acontecia. Dançar era absolutamente fundamental para aquela sociedade, pois era este o caminho para se encontrar um bom marido e uma boa esposa. Quando se ia a um baile, ou se houvesse dança no final de uma festa, os jovens quase sempre estariam na presença de seus pais. Portanto, toda a côrte que se instaurava entre rapazes e moças deveria seguir um código de etiqueta bem rígido, segundo o qual os jovens não poderiam se falar a sós, a não ser quando dançavam. Era o único momento em que ficavam sozinhos, ainda que em público. Olhares e trejeitos adquirem, assim, extrema relevância. Durante os bailes, homens e mulheres podiam ficar juntos sem uma dama de companhia por longos períodos e podiam, desse modo, conversar. É por isso que a idéia dos bailes era tão empolgante para todos, especialmente para as “moçoilas casadoras”. Se você só pode ter contato físico durante a dança, então dançar com alguém é eletrizante. A fruição do romance Orgulho e Preconceito nos leva a exprimentar esse estado de coisas.Assim sendo, prezado leitor, desprovido de qualquer orgulho ou preconceito embarque nessa viagem fascinante em direção à Inglaterra do início do século XX.


Postado por : Wacinom, escrito por ela
Hora: antes do baile
Data real: século XXI

17 comentários:

Janaina F. disse...

Sou muito fã de Jane Austen, acabei conhecendo seu trabalho pelo filme, O clube de leitura de Jane Austen, e simplesmente fuquei encantada com sua história de vida e com suas obras. Ótima sugestão, vale muito à pena!!! abraços!

Dea Carvalho disse...

Emily Dickinson, Emily Bronte e Jane Austen representam para mim a santíssima trindade das escritoras de língua inglesa.

Anônimo disse...

Assiti ao filme, amei, perfeito! Quero agora ler o livro...

Anônimo disse...

Ainda nao assisti, mas agora estou muito curioso, deverá entrar na lista de espera aqui ^^

ótima postagem!

Beijos

Wacinom disse...

Janaina

Isso só demonstra um gosto apuradíssimo para leitura...
Obrigada pela visita.

Déa

Gosto muito também dos poemas de Emily, tive o prazer de lê-los na faculdade,agora Bontë ainda não li nada, mas pelo que diz , acho que vale a pena.
Super beijo.

Que bom Mariane, que despertamos essa vontade em você.Qua ler gostaria muito que me escrevesse suas impressões ok!
Inté...

EFS

Você como sempre abrilhantando meu blog com seus comentários...
Obrigada pelo Carinho!
Beijos

Cɑrlɑ ɱ. disse...

Ai ai ainda temos q ler isso.. qta leitura nos espera e essa gripe maldita adianto meu atrasos de leitura.. xD.. isso e' não e' nada bom... temos uma aula por semana... estou com saudade da minha vida cheia de atrasos... com leituras para ler assim fico muito em dia com minhas leituras... shhsuashau... isso não e' bom!!! :D kkkkkkkkkkkk

Dominique disse...

Oiiie!!!

Eu amo Jane Austen. O meu livro preferido dela é Razão e Sensibilidade. Sou totalmente igual a Marianne. Adorei o post!!! Parabéns!!!

Wacinom disse...

Of LAw

Espero que possamos voltar em breve, kkkkkkk.
beijos.

Wacinom disse...

Dominique

Que bom vê-la por aqui ...
Esse post foi escrito por uma grande amiga,e quando cursava letras foi minha professora de Literatura de língua inglesa.

beijos.

Unknown disse...

Olá! Em primeiro lugar, obrigada pela visita ao meu blog! Fico feliz que tenha gostado, espero que volte sempre! :)

Gosto muito de Jane Austen, principalmente de "Razão e sensibilidade". Acho a escrita dela única, e esse mundo de cortejos e danças me encanta... mesmo o considerando arcaico e pos vezes abusivo...

Beijos, ótimo post!

Eduardo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Tem novidades no Blog, dá uma olhadinha depois ok? sua opinião é importante!

Beijos!

Anônimo disse...

Ei querida!!

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katy disse...

ainda não vi esse filme, mas depois de ler o txto fiquei com vontade. um excelente fim de semana!!!!

Gaby Lirie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gaby Lirie disse...

Já assisti ao filme mais ainda não li o livro,quero muito ler.Gostei demais do filme.
Muito bom dar essa ótima dica para todos.

Grande beijo.

Dani Neri disse...

eu amo esse filme, amo! meu TCC será sobre ele... eu curso faculdade de Letras!
Outro filme fantástico que indico: Madame Bovary!

Abraços!

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