Pegue uma xícara, sirva-se e fique à vontade.
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10 fevereiro 2018

Restolho

Antigas canções
Mesmos sonhos
Novos quereres 


Por Mafalda Veiga



Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário.

Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade.

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada 
a vida não é dia sim, dia não 
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração

Postado por: Wacinom
Hora: da folia
Data real: há tempos


09 fevereiro 2018

Saudades Cintilantes

Em três anos muitas coisas mudaram, outras não.
Eis que volto a escrever
Eis que volto a me permitir 


Saudades Cintilantes

Cidade acesa
A lua banha cada canto, cada lembrança sua
Sons, sentidos despertando saudade
Sua silhueta sondando as sombras em minha mente
O brilho cega meu querer - só você

Não sinto mais seu perfume
Não sei mais quais canções ouvir
O dia está nascendo 
E eu não sei onde ir

"simplesmente posso encontrar uma distração...
luzes da cidade"

"uma simples saudade"


Postado por: Wacinom
Hora: reluzente
Data real: Hoje 

09 maio 2014

Despedida

Por Luísa Borges Pontes
Blog Eita Erro

Ser Amado, 

Acredito que todos nós temos propósitos aqui nessa existência, e nenhum encontro é por acaso. Se, porventura, provocamos certas reações emocionais no outro, conflituosas ou não, é porque esse mesmo outro é também espelho, especialmente pras fragilidades nossas, por vezes difíceis de encarar.

Meu modo de reagir sempre foi intuitivo e emocional, e, apesar de intensa e impulsiva, vim pra cá com a capacidade de ser empática às fragilidades dos outros, afim de ajudar a iluminar a caminhada de quem quer que seja.

Me fazer ser entendida nunca foi tarefa simples, especialmente num mundo tão racional e paradigmático como o nosso. Às vezes me vejo sobrando, mesmo quando a intenção é doar o máximo de luz ao outro, aliás, é o que tenho feito com frequência nos últimos tempos.

Não sou perfeita, exagero nas reações, afinal me permito ser humana, e demorarei bastante até ter um entendimento melhor sobre o que  é ser intuitiva, e sobre como isso pode afetar esse outro.

Hoje tenho uma visão mais clara e madura sobre a vida; creio eu que não há nada que o tempo não cure ou apazigue, oque quero dizer é que chegou a hora de crescer, porque percebo cada um de nós tomando caminhos diferentes, diante de todas as demandas do dia a dia, e do coração.

Partir é uma forma de desapego, e é nesse sentido que estou indo agora. Demorarei bastante pra isso, eu sei, me perdoa se me explico muito, mas é porque despedidas, as marcantes, são mesmo demoradas. Me perdoa também pelos excessos, não vou mais me delongar nem invadir, até porque estou bem consciente do espaço que ocupo, e também do seu, ok?

Se faltou algo neste texto, eu não sei, mas deixo aqui meu adeus sincero, de quem segue a jornada, rumo a outros ares (quem sabe a literatura é quem tem que ganhar com essa minha veia dramática, não é mesmo?rs).

Paz e luz.

beijos, 

Ser Amada


Publicado por: Wacinom
Hora: dispersa
Data real: 09/05/2014

09 dezembro 2013

Naufrágio



Marquei a lápis aquele poema que declamastes naquela tarde quente. Um poema que falava de sonhos, navios e naufrágios.

Era um dia de dezembro.

Um dia em que o vento soprava manso e todas as certezas nada mais eram que espumas a lamber a areia, a mesma areia que mantinham meus olhos secos, a boca amarga, o coração empedernido e meus sonhos no fundo do mar.

Blog: Deserto e Desertificação
Hoje debaixo d'água meus sonhos são como corais: não os vejo, não os sinto aqui da superfície.

Hoje se quer lembro-me do poema, apenas o escuto quando a concha encosto ao ouvido.


E quando abro o livro desgastado pelo tempo lembro-me de ti a navegar entre os versos de Além-mar



Postado por: Wacinom
Hora: 19:15
Data real:20/12/2011


22 novembro 2013

Apontamentos de uma história limpa



Lendo aqui e acolá pude encontrar.


Por Tiago Krug

Ao ritmo de uma música suave, escrevo, penso, crio e perco-me.
Mergulho na atmosfera dos meus sonhos, onde o tempo é eterno, onde me rodeio somente de sorrisos profundos e nunca me sinto só. Abrigo-me daquilo que em mim me fragiliza, observo-o e procuro entende-lo.Vejo-o na sua dança e, devagar, tento afastar-me para crescer mais forte. Sinto uma paz que me percorre, acaricio meus gatos, ouço o ronronar que se espalha na luz tênue e continuo este processo tranquilo que me purga.


Postado por: Wacinom
Hora: da dança
Data real: Janeiro de 2007

06 maio 2012

Luz do Querer



Por Gabriel Sater





Te tanto olhar e nem me ver
Passar diante de mim sem me notar
Às vezes me tocar sem nem sentir
Nem se quer perceber a luz do querer no meu olhar


Radiante como a luz do sol
Te vi passar em uma manhã de abril
O intenso azul do céu e o vento frio
Espalhavam as folhar no chão 
Também meu coração batia mais que um tambor


Contente ao te ver passar 
Poesia do sorriso ao olhar
Na alameda azul a evolar
Um perfume de orvalho e flor
Luminosa visão pro meu coração


Às vezes fecho os olhos pra te ver
e ouço no silêncio a sua voz
Sinto teu calor sem te tocar
Imagino teus beijos de mar
Arde em meu coração o sol de verão


Radiante como a luz do sol
Te vi passar em uma manhã de abril
O intenso azul do céu e o vento frio
Espalhavam as folhar no chão 
Também meu coração batia mais que um tambor


De tanto olhar e nem me ver
Passar diante de mim sem me notar
Escrevo minha música no ar
Pra você perceber a luz do querer no meu olhar
Pra você perceber a luz do querer no meu olhar


Por: Wacinom
Hora: do querer
Data real: frio/nublado/indiferente



22 abril 2012

O que eu não sou


" Se pelo menos meu pensamento não sangrasse.
Se pelo menos meu coração não tivesse memória.
Como seria menos linda e mais suave a minha história."
                                                                                                          Cacaso
Chicas

Eu não sou poeta nem quero ser
A canção eu fiz pra sobreviver
Coração aperta, canto pra respirar
Toco minha viola pra poder sonhar

Eu não quero nada que faz doer
Quero amar o mundo, quero amar você
Quando você não está
Eu vou tocar tambor
Extraviar no pulso toda minha dor

Um dia o amor acaba
Invade a dor deságua
Transborda minha alma
Vazia está agora

Eu não sou maluca nem quero ser
Mas a noite passa
E eu não vou dormir
As flores me agradam
Tentam me colorir
Toco uma toada para poder te ouvir

Eu não sou ateu nem quero ser
Deus te abençoe rezo por você
Eu tocar a flauta pra me me despedir
De longe minha alma vai velar por ti


Postador por: Wacinom
Hora: passou
Data real: o quê?

19 maio 2010

08 maio 2010

Quer dançar comigo?



Pneumotórax

 Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
........................................................................
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Manuel Bandeira

Postado por: Wacinom
Hora: da tosse
Data real: 33... 33... 33...

24 maio 2009

Desabafo



A Educação pode estar sendo sucateada, aliás, pode não, realmente está, mas não vou me vender a preço de banana, ou melhor, das cascas, pois foi só o que restou - eles comeram todas.

Meu conhecimento vale muito mais do que a lona e a maquiagem que estão tentando me empurrar guela a baixo.

" e que tudo mais vá pro inferno"


Postado: Ser Em Construção, mas não em liquidação
Hora: da unica, ban ban bandalheira
Data real: 24/05/2009 quer mais real que isso

28 janeiro 2009

A Prova

Ufa!
Quase não consigo manter minha palavra, escrever.

Você deve estar pensando: “Enlouqueceu de vez essa doida que pensa que escreve”
Na verdade ainda não, mas é que fiquei alguns dias sem escrever por conta das provas da faculdade, deu para perceber?

Enfim, ainda em provas e com uma vontade imensa de saber pra provar o quê? Ou a prova, prova o quê? Acho que essa é a melhor:prova pra quê?
Acho que já sei...

Prova pra um professorando provar que pode professorar, pra poder proferir, pra ter profissão.
Prova pra produzir proferimento profuso e nunca se profligar, se profissionalizar.
Prova pra proliferar o projeto, pra prolongar com a promissão de se chegar lá.

Pra doido não é? Prova pra quê?

Prostado: Oops Postado: Perante a profíncua prova
Hora: Profana
Data real: 04/12/2007

02 março 2008

Finados

O Tão Esperado Feriado

Tudo parecia normal, pela manhã todos executando suas tarefas como sempre, tudo aparentemente tranqüilo, faço o de sempre como sempre.Só não tomo café, pois já havia feito – fato não tão mais descabido, pois teria agora outro estímulo para fazê-lo tão cedo, mas deixemos o café de lado.Voltemos para cena anterior quando tudo estava bem até o momento em que todos começam chegar. É ... Acho que esse foi um dia de atrasos e como num passe de mágicas todos começam a falar ao mesmo tempo. A-di-vi-nha? O feriado de finados.




Que saaaaaaaaaaaacooooooooooo! Principalmente porque não viajo, nesses dias eu prefiro ficar em casa, sem falar que não iria à faculdade, perderia minhas aulas prediletas e não tomaria meu café da manhã, mas é feriado prolongado dia de lavar o carro, de assistir a todos os esportes na tv, ouvir Roberto Carlos ao fundo de várias batedeiras e liquidificadores vizinhos, sem falar que se houver sol, o melhor mesmo e lavar roupa.O Bom é que logo depois disso a tarde começa a cair com um novo perfume, de um lado laranja, chocolate com baunilha do outro, e mais amaciante e sabão em pó, sem falar de cera, que de tanto lustrar já nem deveria mais estar no carro, o lado bom do feriado!
Há algum?
Retornando ao tão esperado feriado não escuto outra coisa a não ser: “ E aí vamos pra balada? Meu! Cê tem que ir Cara! É VIP,vai ficar em casa morgando no feriado?”
Será que sou obrigada a ficar ouvindo isso? Ô falta de escolha – ainda bem que não sou surda.
E aquilo tudo começou a me contagiar, não sei se positivamente, mas só sei que não agüentava mais ficar sentada contando meus canhotos – outro porre.
Ah! Que vontade de ir embora, não conseguia trabalhar mesmo, infelizmente não podia – sou celetista lembram?
Pois aceitando esse fato – mas não conformada – verifico meu correio eletrônico para saber se havia alguma mensagem ... Várias, mas nenhuma que eu quisesse realmente ler, então começo a fuçar nos verdadeiros blogs, o que me tornava ainda mais inquieta.
A vontade de ir emboraaaaaaaaaaaaaa! Continua....
Jogo a palavra embora em um site de busca e aparece o poema: Vou me embora para Pasárgada* - e o assunto do feriado não cessava. Nesse ínterim leio o poema e uma crônica da qual já falei As minhas Senhoras* e por aí vai seguindo a tarde entre um poema, um telefonema aqui, outro lá.
Mas agitação crescia a cada hora passada.
Que saaaaaaaaaaco!O que faço?
Não gosto de feriados principalmente finados que sempre chove, mas não podemos negar fato de que seja tão esperado.
De repente, não mais que de repente ao ler Bandeira me pego trabalhando na construção de uma paródia Vou me embora para Balada* minha amiga da baia ao lado me olha de maneira estranha e diz: “ só você para ter essas idéias” ou pior “você é louca”.
Acho que Poe (Edgar Allan Poe é... aquele que escreveu o "Corvo" ou se preferirem " The Raven") se orgulharia de mim nesse momento, pois enfim saiu a paródia a custa de muito trabalho não inspiração (risos, muitos rioso), pois escolhi a dedo cada palavra (quer saber mais sobre inspiração X transpiração? Vai lá e dê uma olhadinha em Filosofia da Composição*)

Enquanto uns se preocupam com a “balada” outros choram por seus finados.


Postado: hoje mesmo, mas construído... ah! você já sabe ...
Na véspera do feriado de finados.
Data real:01/11/2007

24 fevereiro 2008

O Flash Back

Como essa idéia de um Blog impresso * já estava há algum tempo me rondando, escreverei um “blogue” retroativo, sem precisar datas e horários, afinal não me lembro o que comi ontem, mas nem por isso deva ser deixado de lado.

Acho interessante que o passado não seja descartado, mesmo porque, do que é feito futuro se não de escolhas feitas no passado?
Então vamos ao passado, ou melhor, voltemos a ele.

O Passado ou El Passado* é também o nome do mais recente filme dirigido por Hector Babenco * o qual inda não pude assistir, mas falando em cinema não posso deixar de contar o que foi essa aventura, naquele sábado, que depois de anos trabalhando sem folga no domingo o dia mundial do DSR – descanso semanal remunerado -, é sou celetista (quis dizer que trabalho sob regime CLT – Consolidação das Leis trabalhistas), que dirá num sábado.

O primeiro sábado... O que fazer?
Antes mesmo de sair do curso que faço na USP, já estava decidida a passar o resto da tarde no cinema, aproveitaria para saber no que consistiria uma mostra internacional de cinema além de nos trazer filmes de roteiristas desconhecidos (Ô falta de cultura!) e de outros países e quem sabe ficar mais antenada com o que acontecia ao meu redor.


Disparei rumo ao cinema, nossa! Tantos filmes que gostaria de assistir, tantas pessoas falando ao mesmo tempo, bilheteria especial para clientes daquele banco, para a mostra, para o circuito. Meu Deus que loucura!
Só queria assistir a um filme, e em meio a potes de pipocas com cheiro de manteiga derretida e “stacks” de latas daquele refrigerante sendo aberto e que fortemente misturado com o aroma intelectual de cafezinhos expressos, escolho o primeiro filme do qual me lembrava do trailer “Pequena Miss Sunshine” * vencedor de dois Oscar, enfim, consegui e sem saber que horas eram, fugi para a tal sala, pois precisava me livrar daquele povo que pensa que é cinéfilo metido a cinemeiro, vejo uma fila enorme – daquelas que há em dia de pagamento de aposentadoria – essa é a fila para Miss Sunshine ?
Não! E Para Piaf – Um hino ao amor* .

Não posso negar que senti um grande alívio, pois não resolveria de nada não trabalhar aos sábados se continuasse a encontrar o mesmo público, as senhoras do sábado a tarde,
As senhoras da Sala*”, por fim achei a sala que ainda não estava aberta, mas vendo meu desespero estampado no rosto por estar em um lugar não habitual e sozinha, o simpático menino dos bilhetes profere as palavras salvadoras : “ a sala está liberada”, entro, me acomodo na última fileira, tiro os sapatos e as meias e as guardo na mochila e enquanto a sessão não começava continuei a ler ( O Simbolismo* ), mas logo fui interrompida por duas senhoras a conversar, então começo a prestar atenção nos casais que começam a chegar: primeiro duas senhoras, depois duas senhoras e mais duas senhoras e ainda mais duas senhoras é, duas senhoras, logo mais um senhor com um pote enorme de pipocas amanteigadas e um litro de refrigerante – á esquerda - , e à direita uma menina sozinha, com óculos de armação grossa e escura que também lia ( Eu sei que vou te amar * ).
A essa altura eu já estava rezando.
“Minha netinha que graça! É tão educada para tuuuuuudo pede por favor”
AH! E o Pedro Henrique faz questão de se vestir igualzinho ao pai, sem falar de Lúcia Helena que não sai de casa sem estar devidamente maquiada e penteada, vê se pode, essas crianças!”
E agora além de rezar estava decidida a perguntar: Eles voam? Não? Que pena ! Então são normais.
Confesso, foi uma aventura e tanto, muito me aperfeiçoei sobre os costumes infantis do novo século, será que a Glorinha Kalil tem uma coluna Kids? Não?
Vou pedir a ela para que faça uma então!
Mas enquanto isso não acontece...
Que Saudades das “Senhoras da Sala*”.

Postado:Hoje
Hora:Quando terminar de ler dá uma olhadinha no relógio vai!
Data real: 03/11/2007

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