Pegue uma xícara, sirva-se e fique à vontade.

10 dezembro 2008

Escrita: A Procura

Olho de um lado a outro,
e não vejo ninguém.
Pego o lápis a procura de outrem,
Mas o que consigo são apenas

sentimentalidades jogadas em um caderno velho.
Estava demorando
o começo, a procura.
Estava demorando
a vontade da ternura.
Estava demorando

a loucura, a procura da escrita.
É
Estava demorando.

Postado: só um minuto... procuro um calendário.
Hora: Não sei... vou procurar um relógio.
Data real: 24/11/2007

01 dezembro 2008

Vi, Li e Senti

O velho e a Flor

Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor falou:

Amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
Em pétalas de amor.


Postado: No dia que vi, li e senti sua falta
Hora: em que parei, pensei, olhei e não te vi.
Data real: 24/11/2007

Será que é isso?

“ O que nos leva a amar as novas pessoas que conhecemos é o menos cansaço que temos das velhas ou o prazer de mudar do que o desgosto de sermos bastantes admirado pelos que nos conhecem de mais e a esperança de sê-lo pelos que não nos Conhecem tanto”

François La Rochefoucauld (1616-1680)


Postado: Em um dia de incertezas
Hora: Acho que é... Ah! Não tenho certeza

Soneto da Perdida Esperança

Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não?na noite escassa

com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.

Carlos Drumond de Andrade

Postado: Bem depois da esperança perdida
Hora: Não sei já passou
Data: 03/02/2008

A Loteria

O bilhete de loteria.
Isso mexeu comigo pela manhã, quando assisita a um filme de Ernest Hemingway.
É, isso mesmo, o cara que...
Ooops... O autor de "O Velho e o Mar" (1952), que certamente almejou um prêmio de loteria, tá certo que por meio de uma de suas personagens, mas almejou.
Viram só pulei do bilhete para o prêmio (risos).
E já que ele mencionou lá em seu romance, porque eu não poderia sonhar - eu disse sonhar- como prêmio também?

Afinal eu só gostaria de almoçar em Paris (risos e sorisos), não que eu goste de lá, mas gostaria de provar a comida e assim poderia cumprir uma promessa. Não esquecendo claro da Shakespeare and Company, para comprar todos os livros que pudesse ler ao longo dos meus próximos anos.
Não consigo continuar.
Um perfume paira no ar tirando-me por completo desse êxtase e jogando-me em outro.
Não consigo, só sinto o perfume.
Acho que perdi o bonde, não o do desejo, mas o da esperança.
Mas, esperança em que mesmo?
Enquanto isso fico esperando sem esperança, o premiado bilhete de loteria, no ponto do bonde da perdida esperança.

Postado: Em um dia sem esperança alguma
Hora: Da desesperança
Data real: 22/11/2007

PS. Acho que isso não merece ir para o blog, mas fica aqui o registro do dia no qual passei Numa rua chamada pecado.

20 novembro 2008

Coisa Rápida

Desde quando consciência precisa ter cor?
Ah! Precisa!!
Putz...
Então salve o dia da consciência negra que graças aos de
consciência
branca existe.
Agora, qual será a cor da consciência dos Estados Unidos?
Blackobranca

Postado por: Alguém dautônico
Hora: não vi, foi rápido
Data real : 20/11/2008 1 ano depois

14 outubro 2008

Consciência?

Em um país no qual a palavra da moda é a inclusão, comemora-se o dia da consciência Negra.
Show aqui, passeatas acolá, e por aí vai. Enquanto isso eu vejo doer a fome dos meninos que têm fome, sejam brancos, negros, mulatos, cafuzos, mamelucos.
Que inclusão é essa que precisa de um dia para se ter consciência?

“Isso aqui ô,ô é um pouquinho de Brasil”

É...
Um Brasil que fala de inclusão da boca para fora, pois diz que faz alguma coisa só para calar a boca alheia, e assim excluir numa boa, ou seja, em outras palavras:não vê que está incluso? Deixando juntamente com os militantes “ pró inclusão” de existir para não incomodar.

Ah!
Grande ou pequeno detalhe...
O feriado é Nacional, você sabia?
Comemorado em 267 município de 12 estados do país.

Desculpe me não quis incomodar!

Postado: Num dia de consciência.
Hora: numa hora incômoda.
Data real: será que é mesmo real?

22 setembro 2008

Momento desabafo

Quem é que disse que o trabalho enobrece o homem?
No meu caso está é emburrecendo.
Nunca uma frase fez tanto sentido.
"Só sei, que nada sei"
Pois é, e se continua a trabalhar nesse lugar nem isso
saberei.

Quanto vale a vida?

Postado: Não sei
Data real: O que é realmente real?



08 agosto 2008

A Piada

Achei melhor transcrever a piada para ter o sentido completo.

“ No curso de medicina , o professor se dirige ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro respondeu o aluno.
- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem de tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala – ordena o professor a sua auxiliar.
- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno a auxiliar do mestre.
O Professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.
O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly
(1895-1971), mais conhecido como Barão de Itararé.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins “NÓS TEMOS” . NÓS TEMOS quatro: dois meus e dois teus.
Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim!
Viram só?
Conhecimento é bom, mas compreensão sempre ajuda.


Postado: Para compreender o post compreensão
Hora: Comprometedora
Data real: 17/11/2007

07 agosto 2008

Compreensão

Hoje decidi ficar em casa, então, passei o dia navegando pela net.Li vários blogs de gente que eu não conheço e e-mails que a muito tempo estavam a espera de atenção.

Toda essa volta para dizer que, de todas as mensagens lidas uma me chamou atenção, a que recebi de um grupo chamado Pink o cérebro, a qual não posso deixar de comentar, pois a li várias vezes tentando achar a graça daquele texto, pois se tratava de uma piada.

É, não consegui achar nada engraçado, e sim, interessante.
Será uma questão de compreensão?
Sei que é repetitivo, mas lia e (re) lia, e depois de muito me esforçar conseguir soltar um tímido sorriso.
Tenho que concordar, a vida exige mais compreensão do que conhecimento.

Já pensou nisso?

Postado: De noite
Hora: Já muito tarde.
Data real: 17/11/2007

15 julho 2008

A última Tira

Só para não ficar devendo, lá vai a última tira de Schulz que retirei de um blog “ Tiras do Snoopy” que para quem gosta do Snoopy vale a pena conferir e quem não conhece, mãos à obra.
Oops... não pare de ler agora ok! Há também as tirinhas lançadas a pouco pela LP&M em pequenos livrinhos – são os pockets books – o bom é que dá para levar a qualquer lugar.


A tira de Calvin & Haroldo é triste, mas essa é muito mais, não por questão de preferência, mas por saber que Schulz foi obrigado a parar, pois sofria da síndrome de Parkinson, que se caracteriza por uma desordem progressiva do movimento, o que dava às tiras um traço diferente e que provavelmente não o permitiu continuar.
Charles Monroe Schulz faleceu em 12 de fevereiro de 2007.

Postado: No mesmo dia em que fui “grande”
Hora: Só não na mesma hora.
Data real:17/11/2007


Ainda HQ

Não poderia deixar de comentar o post HQ no qual escrevo sobre uma suposta última tira de Calvin & Haroldo, não de Bill Watterson o criador, mas de uma fã que sabendo que Bill provavelmente acometido pela Síndrome de BarTleby - publicou sua última tira em 1995 – não assinava mais autógrafos, não concedia entrevistas e não mais recebia cartas dos fãs.


Para entender melhor: Síndrome de Bartleby é o mal endêmico das letras contemporâneas, é a pulsão negativa ou a atração pelo nada, que faz certos criadores mesmo tendo consciência literária muito exigente (ou talvez precisamente por isso), nunca cheguem a escrever, ou então escrevam um ou dois livros, e depois renunciem à escrita, ou ainda, após retornarem sem problema a uma obra em andamento fiquem literalmente paralisados para sempre.

É escrever é mesmo desafiador, digo isso, porque ao começar o post não imaginava que tomaria esse rumo, mas aqui estamos.
Realmente uma tira triste e trocadilhos à parte uma das mais representativas de uma realidade que mesmo que lutemos contra, nos traz a real, nos tiram as asas e nos fincam os pés no conformismo social.

“It’s a magical world, al buddy...
Let’s go exploring.”

Postado: num dia real, do mundo real.
Hora: numa hora Mágica
Data real: 17/11/2007

14 julho 2008

Réplica

Palavras de Soraneide

Protesto: falo muito no Bressane pelo talento que a ele atribuo...

Postado: Quase imediatamente
Hora : Agora
Data Real : Real mesmo!

02 julho 2008

HQ

Só sei que hoje é sábado e com essa fixação ou determinação por levar a sério esse lance de escrever, decido ler alguns blogs - os verdadeiros.

Ligo o laptop e ainda deitada começo a navegar. Mas o que ler?
É... não sei , mas estava com o nome de Ronaldo Bressane em mente – A Soraneide* fala muito nele por conta de seu marido, pretenso poeta ou reclamão de todas as horas – não me lembro bem.

Resolvo começar minha empreitada pelo dO Impostor, e em questão de segundos já havia visitado uns trinta blogs, entre eles o do “pretenso poeta”, que comentarei em uma outra oportunidade, mas lendo lá e acolá, um me chamou atenção: “Pensar enlouquece – Pense nisso” e dentre as postagens, uma que dizia assim: “ Desencontro do amor no Grand Canyon”* com uma imagem do Papaléguas e do Coiote, mas como não gosto muito deles não dei muita importância, corria os olhos, simplesmente, quando li: “ A tira mais triste de todos os tempos” e “ Charlie Brown, a garotinha ruiva e o tal amor” pensando se tratar de uma última tira* que tinha lido há algum tempo atrás que falava de Schulz e sua aposentadoria resolvi ler e com apenas um click me deparei com os quadrinhos de Calvin & Haroldo que não sei se neste blog (impresso) posso desenhar, (no caderno desenhei aqui recortei e colei) mas como o blog é meu . Lá vai a tirinha.


Por horas fiquei observando aquela tira, lia e (re) lia, e algo me tirava daquele transe assim como com Calvin, algo real, maduro, exigente e dominador. Seria o tempo?
Acho que naquele momento e por alguns instantes pude me sentir gente "grande" novamente.







Postado: Por Wacinom 32 anos
Hora: Em que por minutos fui “grande”.
Data real: 17/11/2007


01 julho 2008

Senhas

Enquanto uns andam pelo mundo prestando atenção em cores de Almodóvar, em cores de Frida Khalo, em cores, eu ando pelo escuro a procura dos sentidos, do sentir.
Ando em meio de gente “inteligente”, “descente”, porém descrente de seu viver, sem saber como fazer isso, ou aquilo, obrigada a andar, se portar e compactuar com tudo aquilo que foi seu passado, à margem de seus antepassados.

Do que valem as cores de Almodóvar?
E as de Frida Khalo?
As dores são iguais.
Doem.

Sucumbimos a maquinanalidade, a velocidade, aos transgênicos, ao efeito estufa e
a globalização a todo custo.
Do que vale a inclusão social? (inclusão está em alta ultimamente)

Inclusão de quem mesmo?


Postado: Um dia desses.
Hora: As ...
Uma hora qualquer

16 junho 2008

Depois do Back

Realmente não sei lidar com essa tal morte, mas enquanto meu coração pesa e dói por saber que um amigo se foi, ao mesmo tempo consigo sorrir... É o circo.


"Uma pirueta
Duas piruetas.

Bravo! Bravo!”

A vida é mesmo um espetáculo , em que as cortinas nunca se fecham e por mais que a dor persista, o riso permanece.
Vida, espetáculo sem fim.

Dedicatória ao amigo, o qual jamais esquecerei o sorriso.

Postado: 07/11/2007

Nem Um Dia

Hoje começo de uma forma diferente...

Mudaram as estações, e algo mudou, hoje pensei em você e sei, algo aconteceu.

É... o para sempre, sempre acaba

E mesmo com tantos motivos para deixar tudo como estava você meu amigo não conseguiu e levou tudo às últimas conseqüências com grande eloqüência de uma maneira que só os loucos de verdade tem coragem de fazer.

Tá tudo assim tão diferente.

Hoje me fez entender, nem tudo é para sempre e que o para sempre, sempre acaba.
Meu colega se foi, porque quis ir ao encontro do seu Eu, amigo qualquer dia a gente vai se encontrar.

Hoje fiquei sabendo que André colega de faculdade se foi.

André me perdoe, não consigo mais ...

Postado: 07 de novembro 2007
Hora: 19hs00
Local : Center Ban campus Marte da Universidade Bandeirante de São Paulo.

18 maio 2008

Será?

"Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz,a mais intensa,a mais indestrutível,a mais fiel das presenças?"

Marcel Proust


Postado por: Já não sei
Hora: Em que não tinha palavras
Data real: 18/05/2008

Pedaço de mim


AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

Postado por: Alguém ausênte de si
Hora: Que importa?
Data real: Hoje mesmo. Será? Não sei.Não estou

Eu Que Não Amo Você


AS SEM-RAZÕES DO AMOR


Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade


Postado Por: Eu, sem Amar

Data real: 18/05/2008

16 março 2008

A Lírica de Schulz

Hoje não sei como começar, mas algo de inusitado aconteceu... é aconteceu.
Viram? Estou dando voltas até que pense como narrar aquela manhã de sábado – acho que ainda feriado prolongado , o tal finados*.

Acordei ... e como estava sem conexão, fui até a sala para usar o computador, quando vejo na tv (canal aberto não tenho tv a cabo) o desenho do Snoopy ou se preferirem a turma do Charlie Brown, achando que se tratava de um desenho curto sento no braço do sofá para dar uma espiadinha e quando reparei já estava confortavelmente deitada – isso é uma raridade.

Sempre gostei desse desenho, mas parecia a primeira vez que o assistia – acho que era mesmo – pois jamais reparara na trilha sonora, nos detalhes de pano de fundo, nas personagens e todo o resto. Acho que nunca tinha assistido, pois quando se é criança tudo é diversão. Pena que a gente cresce!

É claro que Charlie está desolado sentado à porta quando chega Paty Pimentinha para tentar anima-lo e o convida a ir ao parque de diversão – Não me lembro, mas acho que ela é apaixonada por ele-, no parque ela pergunta: “ O que e amor para você Chuck?”


“ É... Hum... Meu pai tinha uma carro 1964 e dava carona para uma moça, quando chegava ele saía do carro dava a volta e abria a porta, dava a volta por trás e quando chegava ao outro lado ela esticava seu braço, fechava a porta e ficava fazendo careta para ele que ficava parado rindo do lado de fora (...). Eu acho que isso é amor!

Todas aquelas palavras me tocaram – ainda bem que cresci. O que Schulz realmente quisera dizer com tudo aquele lirismo?
Será que amor é como uma carona? Você tem por um tempo, mas depois um dos dois se muda e “puft”, já era a carona?
Não. Acho que é mais do que isso. Amor é uma carona para qualquer lugar, desde que esteja preparado para as caretas do trajeto ou das caretas fazer sempre um motivo para sorrir.
Tudo isso é possível. O primeiro passo é aceitar a carona!

Há outra frase de Charlie que me chamou a atenção: “ Porque não podemos reunir todas as pessoas que gostamos no mundo para ficar todos juntos? Alguém sempre diz adeus!”
É aquilo que falava sobre a carona.

“ Sabe o que eu preciso?
Dizer mais olá”


Postado: Por esses dias
Hora: Por essas horas
Data real: 04/11/2007

09 março 2008

Vou-me embora para Balada

Vou-me embora pra Balada
Lá sou amigo do DJ
Lá tenho a mulher que quero
Na mesa que escolherei
Vou-me embora pra Balada

Vou-me embora pra Balada
Aqui não tem VIPs
Lá a resistência é uma ventura
De tal modo inconseqüênte
Que Fabiana a louca que dança
E Carlinha alta e irreverente
Vêem a ser atraente
Quando a hora é livre

E como beberei Antártica
Mostrarei minhas facetas
Horas parecerei burro-bravo
Horas subirei no pau sem sebo
E darei banhos ao vomitar
E quando estiver cansado
Deito no meio fio
Mando chamar meu primo
Pra minha conta pagar
Vou-me embora pra Balada

Na Balada tem tudo
É outra curtição
Tem vodka com gelo puro
Que te deixa sem noção
Tem cigarro aromático
Tem debilóide a vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente azarar

E quando estiver mais bêbado
Mas bêbado de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de chorar lembrarei
Sou amigo do DJ
Terei a mulher que quero
Pra fazer o que não conseguirei
Vou-me embora pra Balada.


Postado: no mesmo dia ... mas... ah! Sei lá
Hora: Em que todos foram embora
Data real:01/11/2007

02 março 2008

Finados

O Tão Esperado Feriado

Tudo parecia normal, pela manhã todos executando suas tarefas como sempre, tudo aparentemente tranqüilo, faço o de sempre como sempre.Só não tomo café, pois já havia feito – fato não tão mais descabido, pois teria agora outro estímulo para fazê-lo tão cedo, mas deixemos o café de lado.Voltemos para cena anterior quando tudo estava bem até o momento em que todos começam chegar. É ... Acho que esse foi um dia de atrasos e como num passe de mágicas todos começam a falar ao mesmo tempo. A-di-vi-nha? O feriado de finados.




Que saaaaaaaaaaaacooooooooooo! Principalmente porque não viajo, nesses dias eu prefiro ficar em casa, sem falar que não iria à faculdade, perderia minhas aulas prediletas e não tomaria meu café da manhã, mas é feriado prolongado dia de lavar o carro, de assistir a todos os esportes na tv, ouvir Roberto Carlos ao fundo de várias batedeiras e liquidificadores vizinhos, sem falar que se houver sol, o melhor mesmo e lavar roupa.O Bom é que logo depois disso a tarde começa a cair com um novo perfume, de um lado laranja, chocolate com baunilha do outro, e mais amaciante e sabão em pó, sem falar de cera, que de tanto lustrar já nem deveria mais estar no carro, o lado bom do feriado!
Há algum?
Retornando ao tão esperado feriado não escuto outra coisa a não ser: “ E aí vamos pra balada? Meu! Cê tem que ir Cara! É VIP,vai ficar em casa morgando no feriado?”
Será que sou obrigada a ficar ouvindo isso? Ô falta de escolha – ainda bem que não sou surda.
E aquilo tudo começou a me contagiar, não sei se positivamente, mas só sei que não agüentava mais ficar sentada contando meus canhotos – outro porre.
Ah! Que vontade de ir embora, não conseguia trabalhar mesmo, infelizmente não podia – sou celetista lembram?
Pois aceitando esse fato – mas não conformada – verifico meu correio eletrônico para saber se havia alguma mensagem ... Várias, mas nenhuma que eu quisesse realmente ler, então começo a fuçar nos verdadeiros blogs, o que me tornava ainda mais inquieta.
A vontade de ir emboraaaaaaaaaaaaaa! Continua....
Jogo a palavra embora em um site de busca e aparece o poema: Vou me embora para Pasárgada* - e o assunto do feriado não cessava. Nesse ínterim leio o poema e uma crônica da qual já falei As minhas Senhoras* e por aí vai seguindo a tarde entre um poema, um telefonema aqui, outro lá.
Mas agitação crescia a cada hora passada.
Que saaaaaaaaaaco!O que faço?
Não gosto de feriados principalmente finados que sempre chove, mas não podemos negar fato de que seja tão esperado.
De repente, não mais que de repente ao ler Bandeira me pego trabalhando na construção de uma paródia Vou me embora para Balada* minha amiga da baia ao lado me olha de maneira estranha e diz: “ só você para ter essas idéias” ou pior “você é louca”.
Acho que Poe (Edgar Allan Poe é... aquele que escreveu o "Corvo" ou se preferirem " The Raven") se orgulharia de mim nesse momento, pois enfim saiu a paródia a custa de muito trabalho não inspiração (risos, muitos rioso), pois escolhi a dedo cada palavra (quer saber mais sobre inspiração X transpiração? Vai lá e dê uma olhadinha em Filosofia da Composição*)

Enquanto uns se preocupam com a “balada” outros choram por seus finados.


Postado: hoje mesmo, mas construído... ah! você já sabe ...
Na véspera do feriado de finados.
Data real:01/11/2007

26 fevereiro 2008

Crônica da Crônica

As Senhoras da Sala
No meu último Post – chamam assim na net– O Flash Black* , queria apenas relatar uma simples e comum ida ao cinema em um mais simples ainda, sábado à tarde, mas acabei falando das “Senhoras da Sala” é, da Sala São Paulo* acho que a coisa pendeu para outro lado por ainda ter em mente a crônica de uma colega de trabalho – já disse que trabalho na Sala São Paulo? – “As minhas senhoras*” que se ela me permitir trago na íntegra depois, mas vai uma prévia, (não seria melhor fazer um hiperlink, afinal se trata de um blog?) enfim, a crônica começa assim: “As velhinhas da Casa Verde: sempre arrumadas, andando apressadas em direção à igreja para a missa dominical”.
É, ainda em meu inconsciênte, que não só por se tratar de vovós, era muito mais do que isso, “porque elas eram minhas”.

As Senhoras da Sala São Paulo, representadas por Dona Gaetana (será que posso usar nomes reais?) que tudo sabia daquela orquestra tão ovacionada em diversas partes do mundo.Há quem dissesse que se um dia a Sala São Paulo pegasse fogo, era só ir à casa de Dona Gaetana que recuperariam todas as informações.Sem falar de Dona Mariazinha que salvo o erro – não sou muito boa com datas e idades – com seus oitenta e quatro anos e que ainda fazia questão de dirigir seu carro para apreciar seus tão esperados concertos.
Há também aquelas que me paravam no Foyer – “Você ficou sabendo? Estou solteira agora! Não me diga que seu marido faleceu? Não, o mandei para casa do meu filho mais velho!" (Como eu conseguia ser tão desagradável?) Ou então “Vou viajar no próximo mês. Nossa que bom não é? A senhora vai descansar um pouco? Não minha filha, vou fazer um tratamento contra câncer".Mais uma vez, olha eu dando mais um fora.Mas como nem tudo é só desgraça, me paravam também aquelas que faziam questão de me pagar um café – quem é que disse a elas que eu tomo café?- ou para comentar da peça do dia anterior no Teatro Municipal* da qual eu nem sabia.

É...
Senhoras, velhinhas, vovós, seja no cinema, na Sala, na Casa Verde ou em qualquer parte, elas com suas histórias, medos, anseios, defeitos e confeitos, adoçam nossas tardes de sábado.

Postado: Sábado, que não fui à Sala
Hora: Doce
Data real: 03/11/07

24 fevereiro 2008

O Flash Back

Como essa idéia de um Blog impresso * já estava há algum tempo me rondando, escreverei um “blogue” retroativo, sem precisar datas e horários, afinal não me lembro o que comi ontem, mas nem por isso deva ser deixado de lado.

Acho interessante que o passado não seja descartado, mesmo porque, do que é feito futuro se não de escolhas feitas no passado?
Então vamos ao passado, ou melhor, voltemos a ele.

O Passado ou El Passado* é também o nome do mais recente filme dirigido por Hector Babenco * o qual inda não pude assistir, mas falando em cinema não posso deixar de contar o que foi essa aventura, naquele sábado, que depois de anos trabalhando sem folga no domingo o dia mundial do DSR – descanso semanal remunerado -, é sou celetista (quis dizer que trabalho sob regime CLT – Consolidação das Leis trabalhistas), que dirá num sábado.

O primeiro sábado... O que fazer?
Antes mesmo de sair do curso que faço na USP, já estava decidida a passar o resto da tarde no cinema, aproveitaria para saber no que consistiria uma mostra internacional de cinema além de nos trazer filmes de roteiristas desconhecidos (Ô falta de cultura!) e de outros países e quem sabe ficar mais antenada com o que acontecia ao meu redor.


Disparei rumo ao cinema, nossa! Tantos filmes que gostaria de assistir, tantas pessoas falando ao mesmo tempo, bilheteria especial para clientes daquele banco, para a mostra, para o circuito. Meu Deus que loucura!
Só queria assistir a um filme, e em meio a potes de pipocas com cheiro de manteiga derretida e “stacks” de latas daquele refrigerante sendo aberto e que fortemente misturado com o aroma intelectual de cafezinhos expressos, escolho o primeiro filme do qual me lembrava do trailer “Pequena Miss Sunshine” * vencedor de dois Oscar, enfim, consegui e sem saber que horas eram, fugi para a tal sala, pois precisava me livrar daquele povo que pensa que é cinéfilo metido a cinemeiro, vejo uma fila enorme – daquelas que há em dia de pagamento de aposentadoria – essa é a fila para Miss Sunshine ?
Não! E Para Piaf – Um hino ao amor* .

Não posso negar que senti um grande alívio, pois não resolveria de nada não trabalhar aos sábados se continuasse a encontrar o mesmo público, as senhoras do sábado a tarde,
As senhoras da Sala*”, por fim achei a sala que ainda não estava aberta, mas vendo meu desespero estampado no rosto por estar em um lugar não habitual e sozinha, o simpático menino dos bilhetes profere as palavras salvadoras : “ a sala está liberada”, entro, me acomodo na última fileira, tiro os sapatos e as meias e as guardo na mochila e enquanto a sessão não começava continuei a ler ( O Simbolismo* ), mas logo fui interrompida por duas senhoras a conversar, então começo a prestar atenção nos casais que começam a chegar: primeiro duas senhoras, depois duas senhoras e mais duas senhoras e ainda mais duas senhoras é, duas senhoras, logo mais um senhor com um pote enorme de pipocas amanteigadas e um litro de refrigerante – á esquerda - , e à direita uma menina sozinha, com óculos de armação grossa e escura que também lia ( Eu sei que vou te amar * ).
A essa altura eu já estava rezando.
“Minha netinha que graça! É tão educada para tuuuuuudo pede por favor”
AH! E o Pedro Henrique faz questão de se vestir igualzinho ao pai, sem falar de Lúcia Helena que não sai de casa sem estar devidamente maquiada e penteada, vê se pode, essas crianças!”
E agora além de rezar estava decidida a perguntar: Eles voam? Não? Que pena ! Então são normais.
Confesso, foi uma aventura e tanto, muito me aperfeiçoei sobre os costumes infantis do novo século, será que a Glorinha Kalil tem uma coluna Kids? Não?
Vou pedir a ela para que faça uma então!
Mas enquanto isso não acontece...
Que Saudades das “Senhoras da Sala*”.

Postado:Hoje
Hora:Quando terminar de ler dá uma olhadinha no relógio vai!
Data real: 03/11/2007

17 fevereiro 2008

Blog: O ensaio

O Blog de papel...

Blog definição: “ironicamente” uma página da web, portanto Weblog ou Blogue mesmo.
Estranho? Pode ser
Antitético? Sempre
Mas o melhor, paradoxo.

O Bom de tudo isso é que não preciso de laptop ou mesmo técnicas “internauticas” (essa palavra não existe, será que tenho licença poética?), não que as não tenha, mas gosto do bom papel e caneta – mesmo escrevendo com uma lapiseira antiga de estimação -, com que teria que me habituar seria escrever no barulho, isso sim.

Poder escrever em qualquer lugar, isso sim é liberdade de expressão, tudo bem falar o que quer e como quer, é bom não posso negar, mas o bom mesmo é não se preocupar com tamanho da Fonte*, cor, e tudo mais, ops, já ia me esquecendo hiperlinks, acho que no papel tudo flui melhor, aprende-se mais ao escrever, pois não há corretores, ou você sabe ou passa vergonha ao permitir que alguém o leia, o que dá muito mais emoção.

Em 1997 foi concebido o termo “weblog”, Jhon Barger* (autor dos primeiros FAQ – Frenquetly Asked Questions.) define Blog como: uma página na qual um diarista relata todas as outras páginas interessantes que encontra.

Página? Seriam aquelas conhecidas dos internautas?
Aqui vou me referir como a qualquer uma delas – livros, jornais e revistas. Certo ou errado, você pode escolher, logo como não me considero “uma blogueira” e não estou a par do que acontece nessa tal blogosfera.

Sem pretensão de começar um blog ... Ops, vamos arrumar isso.
Sem pretensão - definição: termo utilizado por poetas e ou escritores com falsa modéstia, pois são tão pretensiosos que de modesto nada têm e querem assim justificar o fato de escrever ou não bem.
Sem pretensão é o KCT não só com pretensão, mas, também mal intencionada mesmo, tentarei dar vazão a essa idéia que já tive antes, digo “tentarei” porque nunca tive paciência suficiente para diários, agendas ou coisas do tipo, é verdade.

Tentarei mesmo.
Mentira será se passar da primeira semana.
Acho que tenho que terminar assim.

Postado: Em novembro de 2007
Hora: ás... sei lá que horas.
Data real: 03/11/2007

15 fevereiro 2008

Construção: O início

Você já deve ter percebido que no final de cada post há uma “data real”, não ? Tudo bem, mas isso porque minha idéia inicial era outra e como aqui tudo é construção, volto um pouco no tempo e abro meu antigo caderno e divido minhas primeiras linhas, do que hoje se tornou o “ Em Construção”.

Boa Viagem!

Postado: Para introduzir
Hora: Da introdução
Dia Real : 19/01/2008

14 fevereiro 2008

Ana Verd

Uma escolha que levou algum tempo, foi a escolha da Fonte*, li vários outros blogs, pedi sugestões a amigos, mas nada de me decidir. Complicado isso não?

Então usei um critério muito simples, um dos parâmetros foram os blogs dos quais não gostei, é, fiz uma lista e me atentei para as fontes mais usadas por eles - e claro não as usaria-sobraria agora os blogs favoritos, foi quando me decidi por “VERDANA”.

Pronto! Será essa, principalmente por ser míope acho que todos possíveis leitores também o serão – brincadeira – resolvi por uma letra de fácil visualização.

Acho que aqui se finda mais um passo rumo à construção.

Viram? consegui
Escolher
Risos!
Da indecisão
À escolha
Nada fácil, mas,
Assim é, construir.


Postado: Antes ou depois?
Hora: Nem sei!
Data real 19/01/2008

12 fevereiro 2008

A Fonte

Acho que já sabem, a essa altura, todos – os que leram – já sabem que não queria publicar esse blog (enfático, não?), por isso encontrarão talvez alguns posts com a mesma data de inclusão, mas foram criados em momentos diferentes, da forma antiga mesmo – lápis e papel no meu caso – motivo pelo qual não havia pensado em digitá-lo, mas que agora essa simples ação me causa um dilema ou será dúvida pura?
Qual o tamanho da fonte que devo usar?
Qual a fonte que devo usar?
Não sei.
Deveria ser simplesmente como se faz para escolher
uma roupa, eu acho fácil, ou seria a mesma coisa que



Postado: Em um dia de escolhas
Hora: Da fonte escolhida.
Data real: 19/01/2008

11 fevereiro 2008

Em Construção

Surgiu da vontade de sempre: escrever
Do desejo de aprender
Da necessidade de ser
Da ânsia de crescer
Do tempo a transcender
Dos amigos a conhecer
Das vontades a satisfazer
E principalmente da impulsividade voraz:
Simplesmente renascer.



Postado: Na Obra
Hora: Do trabalho
Data real: 29/12/07

09 fevereiro 2008

O Blog Impresso

Já mudando de idéia e quase na reta final, cederia, teria um blog de “verdade”, decidido: “ vou publicar”, mas preciso de um nome e um texto inicial, para os quais não tenho a menor idéia – a criatividade estava em falta no mercado.

O que fazer?
Sem falar que não escrevo bem – A Soraneide * me disse e eu também acho -, pagaria um mico... ou melhor, um King Kong na rede mundial, mas já estava decidida, publicaria e ponto, afinal escrever se aprende escrevendo.

E continuo a precisar de um nome e um texto.

Será que pode ser “O Blog Impresso”?
Acho estranho ...
“O Impresso?”
Que sentido isso faz?
Ah! O que acham de “O Aprendiz”?
Não, ficou com cara de Roberto Justus, e com certeza seria demitida de primeira, definitivamente não.
Hum... “Palavras, apenas palavras”, mas palavras nunca são apenas palavras, o que faço?
Já Sei “Em Construção.” Assim como todos nós.
Gostei “Em Construção.”
Agora basta saber como construir.


Postado: No momento de Decisão
Hora: Da construção
Data real: 29/12/2007

O Blog? Por que não?

A idéia inicial era um Blog Impresso * - Acho que esse é o termo, na verdade um livro mesmo – com formato de blog, com postagens aparentemente curtas e que fosse simples, mas não queria publicá-lo, por vários motivos, um em especial: “a periodicidade das postagens”, sem falar que renunciaria a uma das coisas que mais me dão prazer que é escrever para aderir à digitação – isso também não me agradaria. Então peguei um caderno antigo e comecei por assim dizer a brincadeira.

Primeiro passo: Um título, ainda não tenho. Não, não tenho o título, então partiria para o texto de abertura, o qual gostaria que fosse diferente e que expressasse sem delongas minha proposta, - até agora não consegui terminar.

E esse foi o início da brincadeira.
Espero que gostem, ou melhor, que leiam e depois a gente vê no que dá.

Dúvida: “Será que posso postar isso”?
Por que não?


Data real: 29/12/2007

07 fevereiro 2008

Aniversário

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Fernando Pessoa
Álvaro de Campos


No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...


Fernando Pessoa
Álvaro de Campos)

15/10/1929

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