Por Neide A. Silva
“Naquela mesa tá faltando ele,
e a saudade dele tá doendo em mim”
(Compositor: René Bittencourt)
Custo a acreditar na notícia que me foi dada por colegas no último sábado... Ao longo dos anos, acostumei-me carinhosamente a tê-lo por perto. Primeiramente, na antiga filial da Cultura Inglesa situada, então, na Avenida Paes de Barros, no bairro da Mooca, onde em 1986 iniciamos nossa carreira como professores de língua inglesa. Anos mais tarde, pude novamente trabalhar ao lado de Sérgio Gabriel no departamento acadêmico da Cultura Inglesa. Nosso derradeiro contato profissional foi na Uniban, campi Rudge e Marte, onde dividíamos turmas do terceiro ano do curso de Letras ministrando disciplinas distintas. Gostava de ver sobre a mesa da sala dos professores a Folha de S. Paulo do dia anterior, pois ela era a prova concreta de que o amigo por ali passara e, provavelmente, ainda estaria no recinto. Sabia que daria boas gargalhadas com suas observações sempre tão espirituosas, mordazes e satíricas: “A Neide? Boazinha? Experimenta por o dedo na boca dela para ver se não sai dilacerado...”
Gostava de ouvi-lo cantar mais uma faixa do “The Neide songbook”:
Neide, Neide, Neide....
Neide Laura, me leve pra casa / Neide Laura...
Once, twice, three times a Neide ....Aprendi a admirar nele o impecável e magnífico profissional e seu imenso coração, sempre disposto a fazer pequenos favores – mas tão significativos – a quem quer que os solicitasse, independentemente de ser uma cópia de um filme qualquer ou uma lembrança trazida de suas viagens a Nova York ou Londres.
Infelizmente, disso tudo resta somente a dor excruciante em face da certeza de que nunca mais poderei vê-lo, beijá-lo ou abraçá-lo nessa dimensão. Tamanha é a dor diante dessa ausência que somente o poeta é capaz de expressá-la a contento:
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