Poemas, crônicas e mais... Sentimentalidades impossíveis de classificar, lamúrias, choros e rezas, músicas e livros, flores e frutas, fatos e fotos e principalmente chás e cafés. Simplesmente escrevo, não sou um talento, muito menos brilhante, não faço nada para agradar, faço para agradar-me, afinal, sou um ser em construção.Tudo aqui é ilusão.Tudo aqui é ficção. “Acho que eu fico mesmo diferente quando falo tudo o que penso realmente”
10 dezembro 2008
Escrita: A Procura
e não vejo ninguém.
Pego o lápis a procura de outrem,
Mas o que consigo são apenas
sentimentalidades jogadas em um caderno velho.
Estava demorando
o começo, a procura.
Estava demorando
a vontade da ternura.
Estava demorando
a loucura, a procura da escrita.
É
Estava demorando.
Postado: só um minuto... procuro um calendário.
Hora: Não sei... vou procurar um relógio.
Data real: 24/11/2007
01 dezembro 2008
Vi, Li e Senti
Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor
Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor falou:
Amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
Em pétalas de amor.
Postado: No dia que vi, li e senti sua falta
Hora: em que parei, pensei, olhei e não te vi.
Data real: 24/11/2007
Será que é isso?
François La Rochefoucauld (1616-1680)
Postado: Em um dia de incertezas
Hora: Acho que é... Ah! Não tenho certeza
Soneto da Perdida Esperança
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.
Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não?na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.
Carlos Drumond de Andrade
Postado: Bem depois da esperança perdida
Hora: Não sei já passou
Data: 03/02/2008
A Loteria
Postado: Em um dia sem esperança alguma
Hora: Da desesperança
Data real: 22/11/2007
PS. Acho que isso não merece ir para o blog, mas fica aqui o registro do dia no qual passei Numa rua chamada pecado.
20 novembro 2008
Coisa Rápida
Putz...
Então salve o dia da consciência negra que graças aos de
consciência branca existe.
Agora, qual será a cor da consciência dos Estados Unidos?
Blackobranca
Postado por: Alguém dautônico
Hora: não vi, foi rápido
Data real : 20/11/2008 1 ano depois
14 outubro 2008
Consciência?
Show aqui, passeatas acolá, e por aí vai. Enquanto isso eu vejo doer a fome dos meninos que têm fome, sejam brancos, negros, mulatos, cafuzos, mamelucos.
Que inclusão é essa que precisa de um dia para se ter consciência?
“Isso aqui ô,ô é um pouquinho de Brasil”
É...
Um Brasil que fala de inclusão da boca para fora, pois diz que faz alguma coisa só para calar a boca alheia, e assim excluir numa boa, ou seja, em outras palavras:não vê que está incluso? Deixando juntamente com os militantes “ pró inclusão” de existir para não incomodar.
Ah!
Grande ou pequeno detalhe...
O feriado é Nacional, você sabia?
Comemorado em 267 município de 12 estados do país.
Desculpe me não quis incomodar!
Postado: Num dia de consciência.
Hora: numa hora incômoda.
Data real: será que é mesmo real?
22 setembro 2008
Momento desabafo
No meu caso está é emburrecendo.
Nunca uma frase fez tanto sentido.
"Só sei, que nada sei"
Pois é, e se continua a trabalhar nesse lugar nem isso
saberei.
Quanto vale a vida?
Postado: Não sei
Data real: O que é realmente real?
08 agosto 2008
A Piada
“ No curso de medicina , o professor se dirige ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro respondeu o aluno.
- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem de tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala – ordena o professor a sua auxiliar.
- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno a auxiliar do mestre.
O Professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.
O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly
(1895-1971), mais conhecido como Barão de Itararé.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins “NÓS TEMOS” . NÓS TEMOS quatro: dois meus e dois teus.
Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim!
Viram só?
Conhecimento é bom, mas compreensão sempre ajuda.
Postado: Para compreender o post compreensão
Hora: Comprometedora
Data real: 17/11/2007
07 agosto 2008
Compreensão
Toda essa volta para dizer que, de todas as mensagens lidas uma me chamou atenção, a que recebi de um grupo chamado Pink o cérebro, a qual não posso deixar de comentar, pois a li várias vezes tentando achar a graça daquele texto, pois se tratava de uma piada.
É, não consegui achar nada engraçado, e sim, interessante.
Será uma questão de compreensão?
Sei que é repetitivo, mas lia e (re) lia, e depois de muito me esforçar conseguir soltar um tímido sorriso.
Tenho que concordar, a vida exige mais compreensão do que conhecimento.
Já pensou nisso?
Postado: De noite
Hora: Já muito tarde.
Data real: 17/11/2007
15 julho 2008
A última Tira
Oops... não pare de ler agora ok! Há também as tirinhas lançadas a pouco pela LP&M em pequenos livrinhos – são os pockets books – o bom é que dá para levar a qualquer lugar.
A tira de Calvin & Haroldo é triste, mas essa é muito mais, não por questão de preferência, mas por saber que Schulz foi obrigado a parar, pois sofria da síndrome de Parkinson, que se caracteriza por uma desordem progressiva do movimento, o que dava às tiras um traço diferente e que provavelmente não o permitiu continuar.
Charles Monroe Schulz faleceu em 12 de fevereiro de 2007.
Postado: No mesmo dia em que fui “grande”
Hora: Só não na mesma hora.
Data real:17/11/2007
Ainda HQ
Realmente uma tira triste e trocadilhos à parte uma das mais representativas de uma realidade que mesmo que lutemos contra, nos traz a real, nos tiram as asas e nos fincam os pés no conformismo social.
“It’s a magical world, al buddy...
Let’s go exploring.”
Postado: num dia real, do mundo real.
Hora: numa hora Mágica
Data real: 17/11/2007
14 julho 2008
Réplica
Protesto: falo muito no Bressane pelo talento que a ele atribuo...
Postado: Quase imediatamente
Hora : Agora
Data Real : Real mesmo!
02 julho 2008
HQ
É... não sei , mas estava com o nome de Ronaldo Bressane em mente – A Soraneide* fala muito nele por conta de seu marido, pretenso poeta ou reclamão de todas as horas – não me lembro bem.
Por horas fiquei observando aquela tira, lia e (re) lia, e algo me tirava daquele transe assim como com Calvin, algo real, maduro, exigente e dominador. Seria o tempo?
Acho que naquele momento e por alguns instantes pude me sentir gente "grande" novamente.
01 julho 2008
Senhas
Do que valem as cores de Almodóvar?
E as de Frida Khalo?
As dores são iguais.
Sucumbimos a maquinanalidade, a velocidade, aos transgênicos, ao efeito estufa e a globalização a todo custo.
Do que vale a inclusão social? (inclusão está em alta ultimamente)
Inclusão de quem mesmo?
Postado: Um dia desses.
16 junho 2008
Depois do Back
"Uma pirueta
Duas piruetas.
A vida é mesmo um espetáculo , em que as cortinas nunca se fecham e por mais que a dor persista, o riso permanece.
Vida, espetáculo sem fim.
Dedicatória ao amigo, o qual jamais esquecerei o sorriso.
Postado: 07/11/2007
Nem Um Dia
Hoje começo de uma forma diferente...
Mudaram as estações, e algo mudou, hoje pensei em você e sei, algo aconteceu.
É... o para sempre, sempre acaba
E mesmo com tantos motivos para deixar tudo como estava você meu amigo não conseguiu e levou tudo às últimas conseqüências com grande eloqüência de uma maneira que só os loucos de verdade tem coragem de fazer.
Hoje me fez entender, nem tudo é para sempre e que o para sempre, sempre acaba.
Hoje fiquei sabendo que André colega de faculdade se foi.
André me perdoe, não consigo mais ...
Postado: 07 de novembro 2007
Hora: 19hs00
Local : Center Ban campus Marte da Universidade Bandeirante de São Paulo.
18 maio 2008
Será?
"Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz,a mais intensa,a mais indestrutível,a mais fiel das presenças?"
Marcel ProustPostado por: Já não sei
Hora: Em que não tinha palavras
Data real: 18/05/2008
Pedaço de mim
AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
Postado por: Alguém ausênte de si
Hora: Que importa?
Data real: Hoje mesmo. Será? Não sei.Não estou
Eu Que Não Amo Você
AS SEM-RAZÕES DO AMOR
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Postado Por: Eu, sem Amar
Data real: 18/05/2008
16 março 2008
A Lírica de Schulz
Viram? Estou dando voltas até que pense como narrar aquela manhã de sábado – acho que ainda feriado prolongado , o tal finados*.
Acordei ... e como estava sem conexão, fui até a sala para usar o computador, quando vejo na tv (canal aberto não tenho tv a cabo) o desenho do Snoopy ou se preferirem a turma do Charlie Brown, achando que se tratava de um desenho curto sento no braço do sofá para dar uma espiadinha e quando reparei já estava confortavelmente deitada – isso é uma raridade.
“ É... Hum... Meu pai tinha uma carro 1964 e dava carona para uma moça, quando chegava ele saía do carro dava a volta e abria a porta, dava a volta por trás e quando chegava ao outro lado ela esticava seu braço, fechava a porta e ficava fazendo careta para ele que ficava parado rindo do lado de fora (...). Eu acho que isso é amor!
Todas aquelas palavras me tocaram – ainda bem que cresci. O que Schulz realmente quisera dizer com tudo aquele lirismo?
Será que amor é como uma carona? Você tem por um tempo, mas depois um dos dois se muda e “puft”, já era a carona?
Não. Acho que é mais do que isso. Amor é uma carona para qualquer lugar, desde que esteja preparado para as caretas do trajeto ou das caretas fazer sempre um motivo para sorrir.
Tudo isso é possível. O primeiro passo é aceitar a carona!
Há outra frase de Charlie que me chamou a atenção: “ Porque não podemos reunir todas as pessoas que gostamos no mundo para ficar todos juntos? Alguém sempre diz adeus!”
É aquilo que falava sobre a carona.
“ Sabe o que eu preciso?
Dizer mais olá”
Postado: Por esses dias
Hora: Por essas horas
Data real: 04/11/2007
09 março 2008
Vou-me embora para Balada
Lá sou amigo do DJ
Lá tenho a mulher que quero
Na mesa que escolherei
Vou-me embora pra Balada
Vou-me embora pra Balada
Aqui não tem VIPs
Lá a resistência é uma ventura
De tal modo inconseqüênte
Que Fabiana a louca que dança
E Carlinha alta e irreverente
Vêem a ser atraente
Quando a hora é livre
E como beberei Antártica
Mostrarei minhas facetas
Horas parecerei burro-bravo
Horas subirei no pau sem sebo
E darei banhos ao vomitar
E quando estiver cansado
Deito no meio fio
Mando chamar meu primo
Pra minha conta pagar
Vou-me embora pra Balada
Na Balada tem tudo
É outra curtição
Tem vodka com gelo puro
Que te deixa sem noção
Tem cigarro aromático
Tem debilóide a vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente azarar
E quando estiver mais bêbado
Mas bêbado de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de chorar lembrarei
Sou amigo do DJ
Terei a mulher que quero
Pra fazer o que não conseguirei
Vou-me embora pra Balada.
Postado: no mesmo dia ... mas... ah! Sei lá
Hora: Em que todos foram embora
Data real:01/11/2007
02 março 2008
Finados
Que saaaaaaaaaaaacooooooooooo! Principalmente porque não viajo, nesses dias eu prefiro ficar em casa, sem falar que não iria à faculdade, perderia minhas aulas prediletas e não tomaria meu café da manhã, mas é feriado prolongado dia de lavar o carro, de assistir a todos os esportes na tv, ouvir Roberto Carlos ao fundo de várias batedeiras e liquidificadores vizinhos, sem falar que se houver sol, o melhor mesmo e lavar roupa.O Bom é que logo depois disso a tarde começa a cair com um novo perfume, de um lado laranja, chocolate com baunilha do outro, e mais amaciante e sabão em pó, sem falar de cera, que de tanto lustrar já nem deveria mais estar no carro, o lado bom do feriado!
Há algum?
Retornando ao tão esperado feriado não escuto outra coisa a não ser: “ E aí vamos pra balada? Meu! Cê tem que ir Cara! É VIP,vai ficar em casa morgando no feriado?”
Será que sou obrigada a ficar ouvindo isso? Ô falta de escolha – ainda bem que não sou surda.
E aquilo tudo começou a me contagiar, não sei se positivamente, mas só sei que não agüentava mais ficar sentada contando meus canhotos – outro porre.
Ah! Que vontade de ir embora, não conseguia trabalhar mesmo, infelizmente não podia – sou celetista lembram?
Pois aceitando esse fato – mas não conformada – verifico meu correio eletrônico para saber se havia alguma mensagem ... Várias, mas nenhuma que eu quisesse realmente ler, então começo a fuçar nos verdadeiros blogs, o que me tornava ainda mais inquieta.
A vontade de ir emboraaaaaaaaaaaaaa! Continua....
Jogo a palavra embora em um site de busca e aparece o poema: “ Vou me embora para Pasárgada” * - e o assunto do feriado não cessava. Nesse ínterim leio o poema e uma crônica da qual já falei “As minhas Senhoras” * e por aí vai seguindo a tarde entre um poema, um telefonema aqui, outro lá.
Mas agitação crescia a cada hora passada.
Que saaaaaaaaaaco!O que faço?
Não gosto de feriados principalmente finados que sempre chove, mas não podemos negar fato de que seja tão esperado.
“De repente, não mais que de repente” ao ler Bandeira me pego trabalhando na construção de uma paródia “ Vou me embora para Balada” * minha amiga da baia ao lado me olha de maneira estranha e diz: “ só você para ter essas idéias” ou pior “você é louca”.
Enquanto uns se preocupam com a “balada” outros choram por seus finados.
Postado: hoje mesmo, mas construído... ah! você já sabe ...
Na véspera do feriado de finados.
Data real:01/11/2007
26 fevereiro 2008
Crônica da Crônica
As Senhoras da Sala
É, ainda em meu inconsciênte, que não só por se tratar de vovós, era muito mais do que isso, “porque elas eram minhas”.
As Senhoras da Sala São Paulo, representadas por Dona Gaetana (será que posso usar nomes reais?) que tudo sabia daquela orquestra tão ovacionada em diversas partes do mundo.Há quem dissesse que se um dia a Sala São Paulo pegasse fogo, era só ir à casa de Dona Gaetana que recuperariam todas as informações.Sem falar de Dona Mariazinha que salvo o erro – não sou muito boa com datas e idades – com seus oitenta e quatro anos e que ainda fazia questão de dirigir seu carro para apreciar seus tão esperados concertos.
É...
Postado: Sábado, que não fui à Sala
Hora: Doce
Data real: 03/11/07
24 fevereiro 2008
O Flash Back
Acho interessante que o passado não seja descartado, mesmo porque, do que é feito futuro se não de escolhas feitas no passado?
Então vamos ao passado, ou melhor, voltemos a ele.
O Passado ou El Passado* é também o nome do mais recente filme dirigido por Hector Babenco * o qual inda não pude assistir, mas falando em cinema não posso deixar de contar o que foi essa aventura, naquele sábado, que depois de anos trabalhando sem folga no domingo o dia mundial do DSR – descanso semanal remunerado -, é sou celetista (quis dizer que trabalho sob regime CLT – Consolidação das Leis trabalhistas), que dirá num sábado.
O primeiro sábado... O que fazer?
Antes mesmo de sair do curso que faço na USP, já estava decidida a passar o resto da tarde no cinema, aproveitaria para saber no que consistiria uma mostra internacional de cinema além de nos trazer filmes de roteiristas desconhecidos (Ô falta de cultura!) e de outros países e quem sabe ficar mais antenada com o que acontecia ao meu redor.
Disparei rumo ao cinema, nossa! Tantos filmes que gostaria de assistir, tantas pessoas falando ao mesmo tempo, bilheteria especial para clientes daquele banco, para a mostra, para o circuito. Meu Deus que loucura!
Só queria assistir a um filme, e em meio a potes de pipocas com cheiro de manteiga derretida e “stacks” de latas daquele refrigerante sendo aberto e que fortemente misturado com o aroma intelectual de cafezinhos expressos, escolho o primeiro filme do qual me lembrava do trailer “Pequena Miss Sunshine” * vencedor de dois Oscar, enfim, consegui e sem saber que horas eram, fugi para a tal sala, pois precisava me livrar daquele povo que pensa que é cinéfilo metido a cinemeiro, vejo uma fila enorme – daquelas que há em dia de pagamento de aposentadoria – essa é a fila para Miss Sunshine ?
Não posso negar que senti um grande alívio, pois não resolveria de nada não trabalhar aos sábados se continuasse a encontrar o mesmo público, as senhoras do sábado a tarde,
“As senhoras da Sala*”, por fim achei a sala que ainda não estava aberta, mas vendo meu desespero estampado no rosto por estar em um lugar não habitual e sozinha, o simpático menino dos bilhetes profere as palavras salvadoras : “ a sala está liberada”, entro, me acomodo na última fileira, tiro os sapatos e as meias e as guardo na mochila e enquanto a sessão não começava continuei a ler ( O Simbolismo* ), mas logo fui interrompida por duas senhoras a conversar, então começo a prestar atenção nos casais que começam a chegar: primeiro duas senhoras, depois duas senhoras e mais duas senhoras e ainda mais duas senhoras é, duas senhoras, logo mais um senhor com um pote enorme de pipocas amanteigadas e um litro de refrigerante – á esquerda - , e à direita uma menina sozinha, com óculos de armação grossa e escura que também lia ( Eu sei que vou te amar * ).
A essa altura eu já estava rezando.
“Minha netinha que graça! É tão educada para tuuuuuudo pede por favor”
“AH! E o Pedro Henrique faz questão de se vestir igualzinho ao pai, sem falar de Lúcia Helena que não sai de casa sem estar devidamente maquiada e penteada, vê se pode, essas crianças!”
E agora além de rezar estava decidida a perguntar: Eles voam? Não? Que pena ! Então são normais.
Confesso, foi uma aventura e tanto, muito me aperfeiçoei sobre os costumes infantis do novo século, será que a Glorinha Kalil tem uma coluna Kids? Não?
Vou pedir a ela para que faça uma então!
Mas enquanto isso não acontece...
Que Saudades das “Senhoras da Sala*”.
Postado:Hoje
Hora:Quando terminar de ler dá uma olhadinha no relógio vai!
Data real: 03/11/2007
17 fevereiro 2008
Blog: O ensaio
O Blog de papel...
Estranho? Pode ser
Antitético? Sempre
Mas o melhor, paradoxo.
O Bom de tudo isso é que não preciso de laptop ou mesmo técnicas “internauticas” (essa palavra não existe, será que tenho licença poética?), não que as não tenha, mas gosto do bom papel e caneta – mesmo escrevendo com uma lapiseira antiga de estimação -, com que teria que me habituar seria escrever no barulho, isso sim.
Poder escrever em qualquer lugar, isso sim é liberdade de expressão, tudo bem falar o que quer e como quer, é bom não posso negar, mas o bom mesmo é não se preocupar com tamanho da Fonte*, cor, e tudo mais, ops, já ia me esquecendo hiperlinks, acho que no papel tudo flui melhor, aprende-se mais ao escrever, pois não há corretores, ou você sabe ou passa vergonha ao permitir que alguém o leia, o que dá muito mais emoção.
Em 1997 foi concebido o termo “weblog”, Jhon Barger* (autor dos primeiros FAQ – Frenquetly Asked Questions.) define Blog como: uma página na qual um diarista relata todas as outras páginas interessantes que encontra.
Página? Seriam aquelas conhecidas dos internautas?
Aqui vou me referir como a qualquer uma delas – livros, jornais e revistas. Certo ou errado, você pode escolher, logo como não me considero “uma blogueira” e não estou a par do que acontece nessa tal blogosfera.
Sem pretensão de começar um blog ... Ops, vamos arrumar isso.
Sem pretensão - definição: termo utilizado por poetas e ou escritores com falsa modéstia, pois são tão pretensiosos que de modesto nada têm e querem assim justificar o fato de escrever ou não bem.
Sem pretensão é o KCT não só com pretensão, mas, também mal intencionada mesmo, tentarei dar vazão a essa idéia que já tive antes, digo “tentarei” porque nunca tive paciência suficiente para diários, agendas ou coisas do tipo, é verdade.
Tentarei mesmo.
Mentira será se passar da primeira semana.
Acho que tenho que terminar assim.
Postado: Em novembro de 2007
Hora: ás... sei lá que horas.
Data real: 03/11/2007
15 fevereiro 2008
Construção: O início
Boa Viagem!
Postado: Para introduzir
Hora: Da introdução
Dia Real : 19/01/2008
14 fevereiro 2008
Ana Verd
Então usei um critério muito simples, um dos parâmetros foram os blogs dos quais não gostei, é, fiz uma lista e me atentei para as fontes mais usadas por eles - e claro não as usaria-sobraria agora os blogs favoritos, foi quando me decidi por “VERDANA”.
Pronto! Será essa, principalmente por ser míope acho que todos possíveis leitores também o serão – brincadeira – resolvi por uma letra de fácil visualização.
Acho que aqui se finda mais um passo rumo à construção.
Viram? consegui
Escolher
Risos!
Da indecisão
À escolha
Nada fácil, mas,
Assim é, construir.
Postado: Antes ou depois?
Hora: Nem sei!
Data real 19/01/2008
12 fevereiro 2008
A Fonte
Qual a fonte que devo usar?
Não sei.
Deveria ser simplesmente como se faz para escolher
Hora: Da fonte escolhida.
Data real: 19/01/2008
11 fevereiro 2008
Em Construção
Do desejo de aprender
Da necessidade de ser
Da ânsia de crescer
Do tempo a transcender
Dos amigos a conhecer
Das vontades a satisfazer
E principalmente da impulsividade voraz:
Simplesmente renascer.
Postado: Na Obra
Hora: Do trabalho
Data real: 29/12/07
09 fevereiro 2008
O Blog Impresso
O que fazer?
Sem falar que não escrevo bem – A Soraneide * me disse e eu também acho -, pagaria um mico... ou melhor, um King Kong na rede mundial, mas já estava decidida, publicaria e ponto, afinal escrever se aprende escrevendo.
E continuo a precisar de um nome e um texto.
Será que pode ser “O Blog Impresso”?
Acho estranho ...
“O Impresso?”
Que sentido isso faz?
Ah! O que acham de “O Aprendiz”?
Não, ficou com cara de Roberto Justus, e com certeza seria demitida de primeira, definitivamente não.
Hum... “Palavras, apenas palavras”, mas palavras nunca são apenas palavras, o que faço?
Já Sei “Em Construção.” Assim como todos nós.
Gostei “Em Construção.”
Agora basta saber como construir.
Postado: No momento de Decisão
Hora: Da construção
Data real: 29/12/2007
O Blog? Por que não?
Primeiro passo: Um título, ainda não tenho. Não, não tenho o título, então partiria para o texto de abertura, o qual gostaria que fosse diferente e que expressasse sem delongas minha proposta, - até agora não consegui terminar.
E esse foi o início da brincadeira.
Espero que gostem, ou melhor, que leiam e depois a gente vê no que dá.
Dúvida: “Será que posso postar isso”?
Por que não?
Data real: 29/12/2007
07 fevereiro 2008
Aniversário
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Fernando Pessoa
Álvaro de Campos
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
Fernando Pessoa
Álvaro de Campos)
15/10/1929